Comecei a ler Turma da Mônica e Marvel simultaneamente.
Eu tinha 8 anos de idade e o ano era 1986. Lembro que, naquela
época, meu sonho era morar dentro de uma banca de revistas. Tudo
por conta do imenso fascínio que ela trazia. Desenhos, mundos, cores,
formas e traços... tudo isso mexia com a minha imaginação. E dentre
tantas coisas intrigantes uma era justamente o nome de Stan Lee.
"Stan Lee apresenta..." o Homem-Aranha, o Quarteto Fantástico,
o Demolidor, os X-Mens, o Conan, o Hulk, o Motoqueiro Fantasma,
o Surfista Prateado, a Tropa Alfa, o Justiceiro, os Vingadores...
Ufa! Caramba! Esse cara deve ser o dono da parada toda!
E mais: Eu era pivete, mas sabia plenamente distinguir uma
coisa da outra. Ou seja, enquanto Maurício de Souza assinava
injustamente tudo sem desenhar uma linha sequer, Stan Lee fazia
questão de ser aquele cara organizador que exibia orgulhosamente
o seu produto a cada história. Que legal era ler, antes de cada HQ,
um personagem qualquer sendo apresentado por ele como "formidável",
"espetacular", "fabuloso", "incrível" ou "fantástico". A mesma coisa para
os artistas. Esses, verdadeiros heróis da Marvel. Lee criou um legado
que forçou, público, leitores e amantes da nona arte, por décadas
e décadas, a decorar os nomes daqueles que passavam pela editora.
De Joe Kubert à Frank Miller, de Marc Silvestri a Mike Deodato, de
Jim Lee a Joe Buscema, de Joe Bennett a Jack Kirby... Além de roteiro,
cores, letras e etc... Todo mundo era uma família e toda essa família virou
história. DC Comics não era nada. Marvel era Stan Lee e ponto final.
E, assim, tantas e tantas histórias foram se tornando clássicos e clássicos
até, merecidamente, que chegaram aos cinemas. De lá pra cá também,
de menino apaixonado por quadrinhos virei cartunista profissional fazedor
de quadrinhos.
Atualmente, de todos os grandes homens que contribuíram pra esse feito
(como Robert Crumb, Angeli, Marcatti, Milo Manara ou Walt Disney),
Stan Lee foi o mais unânime, preciso e formidável além da conta.
Uma verdadeira lenda viva. Uma lenda que, apesar de ter trabalhado
a vida inteira com seres imaginários (ao contrário de Maurício de Souza),
me deu a maior de todas as influências no mundo das HQs.
A de ser um ser humano sensato!
Nota do autor: Crônica feita exclusivamente para o Jornal O POVO
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
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